Campo Grande (MS) – Resolução da Semagro, (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) nesta terça-feira (26) no Diário Oficial do Estado estabelece os procedimentos a serem cumpridos no transporte de carcaças de javalis abatidos, para fins de controle populacional, em Mato Grosso do Sul.
A Resolução Semagro nº 657, de 22 de dezembro de 2017 regulamenta o transporte de carcaças de javalis abatidos com a devida autorização do Ibama, para fins de controle populacional no Estado. Os abates legais tiveram início a a partir de 2013, quando a espécie passou a ser considerada nociva.
“Existe um potencial risco sanitário à pecuária do Estado, decorrente do trânsito irregular de carcaças oriundas do abate de javalis por agentes de manejo. Por isso, temos debatido esse assunto com todos os atores envolvidos, como o Ibama, a Iagro, produtores, univeraidades, clubes de tiro, veterinários e agora estamos publicando essa resolução”, informou o secretário adjunto da Semagro, Ricardo Senna.
Pelas regras, os agentes de manejo, devidamente cadastrados, deverão obrigatoriamente fazer a coleta de sangue de todos os animais que forem abatidos em Mato Grosso do Sul. Para isso, a Iagro, (Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), órgão vinculado à Semagro, vai fornecer os kits para a realização do exame.
“Além de fornecer os kits, também vamos capacitar os manejadores. Eles vão coletar o sangue, no momento do abate, de quantas amostras forem de carcaças forem ser transportadas. Como em outras ações teremos nosso controle, pois o agente receberá um kit com uma quantidade X de material e precisará prestar contas daquilo que recebeu”, lembra o gerente de Defesa Sanitária da Iagro, Rubens de Castro Rondon.
Ainda segundo a Resolução, o transporte de carcaças dentro do Estado é permitido somente com a autorização da Iagro. Será exigido o uso de lacres de identificação individual e o veículo para transporte deverá seguir as normas de segurança e sanidade. “Tem que ser totalmente vedado para evitar o derramamento de resíduos dos animais”, acrescenta Rubens.
Monitoramento
O javali é uma espécie exótica e, em vida livre, é considerado uma ameaça à economia, à biodiversidade e até mesmo à população, pois se reproduz de forma muito acelerada. Uma fêmea do animal pode ter até 12 filhotes por ciclo. Em decorrência disso, os abates foram autorizados a partir de 2013 pelo Ibama, quando a espécie foi declarada nociva.
“Nós temos todo o interesse de fazer o monitoramento dessa espécie. A gente não fala de erradicação, pois é uma meta muito difícil. O controle, no entanto, é necessário para avaliarmos se há algum um risco desses animais transmitir alguma doença às produções domésticas, como também monitorar de que forma ele possa estar agredindo a nossa biodiversidade. Essa é uma preocupação que temos para evitar que isso aconteça, até por que o Brasil é signatário da convenção da diversidade biológica e, uma das metas estabelecidas visa exatamente a redução da degradação da biodiversidade”, finaliza o secretário adjunto da Semagro, Ricardo Senna.